quinta-feira, 21 de julho de 2011

"Cleo" de Helen Brown

"Nós não vamos trazer um gatinho, só vamos ver a ninhada"

Helen estava na casa de uma amiga quando recebeu a notícia: Sam tinha acabado de morrer. Ainda pensou que fosse um familiar distante, mas não - era mesmo o seu filho mais velho. O menino tinha encontrado um pássaro ferido e, numa tentativa de o salvar, correra para o veterinário. Nem viu o carro, não teve tempo: morreu atropelado, à frente do irmão mais novo.


O mundo de Helen Brown começou a ruir. Noites sem dormir, pensamentos suicidas, uma depressão profunda; enquanto, à sua volta, a família se deixava levar pelo desespero, pelas discussões, pela tristeza infinita de perder um ente querido.

Até que um dia bateram à porta. Era uma vizinha, trazia ao colo um gato ainda bebé. Helen já nem se lembrava. Um mês antes tinha ido com os filhos ver uma ninhada, e prometera a Sam que lhe daria a gatinha mais pequena. E ali estava ela, uma impertinente bola de pêlo preto. O seu primeiro impulso foi rejeitar de imediato o pequeno intruso. Mas então viu Rob, o seu outro filho, a acariciar o bichano. E pela primeira vez em muito tempo, viu-o sorrir...

Cleo tinha chegado a casa.

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